Um câncer a ser extirpado

Há muito o processo eleitoral brasileiro é baseado na compra e venda. Isto é: o político que quiser ser eleito tem que ter dinheiro para comprar o voto dos eleitores. Não adianta ter propostas sérias, de interesse da sociedade. O que vale é ter dinheiro para comprar a consciência do povo, afinal, o povo gosta de farelo de pão e circo. E lá já se vão dois mil e quinhentos anos.

Havendo posicionamento de interesse financeiro do eleitor, das “pseudos lideranças”, e também, por parte do candidato, que vêm à política como investimento, aplicam a Lei de Gerson ou o ditado “farinha pouca, meu pirão primeiro”, uma candidatura é cara, e quem financia são os grupos interessados em levar vantagem depois das eleições, tipos as empreiteiras, que estão a fim de fechar contratos com obras públicas, ou empresas prestadoras de serviços, por exemplo.

Prova desta situação vemos todos os dias nos noticiários diversos do país e do mundo, principalmente agora, com os escândalos envolvendo empreiteiras, a Petrobrás e Eletronuclear, por exemplo.

Os políticos que não conseguem se bancar saem fora. Isto é, apenas quem tem “patrocinador” poderá continuar a tentar uma vaga no processo político de sua cidade.

Exemplo: Um candidato a vereador em uma determinada cidade chegou a gastar quinhentos mil reais para se eleger em 2012, sendo que o salário, durante os quatro anos de mandato, é um valor bem inferior ao gasto para este se eleger.

É mais do que óbvio que não é o amor à cidade ou aos cidadãos que alimenta a chama política, e sim o dinheiro do cidadão através dos cofres públicos, que pertence a toda a sociedade local.

Por isto não há muita surpresas no resultado das eleições: vence o que tiver dinheiro, ou patrocinador, e o mandato obviamente, não é do povo e sim de quem financiou a campanha do candidato eleito.

Depois de eleitos os parlamentares recebem uma boa estrutura do estado para exercer suas atividades. O salário é alto, não igual ao de marajá, mas os benefícios fazem com que o parlamentar brasileiro seja o segundo mais caro do mundo, depois do americano.  Isto sem contar as emendas parlamentares que dão a cada congressista o direito de remanejar (ou será desviar?) quinze milhões de reais do orçamento geral da união.

É assim que os políticos pagam as contas de quem financiou a sua campanha. Como eles estão ocupados em trabalhar para os financiadores de suas campanhas não sobra tempo par a proporem projetos de lei para melhorar o país.

Afinal, quem discute política partidária, não tem tempo para discutir política pública, então, o pessoal e individual, será sempre prioridade em detrimento ao coletivo e ao comunitário.

Em 2012, por exemplo, foram apresentados 1841 projetos de lei, mas só treze foi aprovado, sendo que apenas quatro vieram do congresso.

Um ano inteiro de quase seiscentas pessoas, 513 deputados e 81 senadores, e uma bagatela de quase seiscentos bilhões de reais, por ano, de custo da máquina administrativa, para escrever quatro míseras leis.

O que mais interessa aos congressistas é conseguir uma posição de poder e influência, afinal, isto vai ser bem útil daqui a um tempo quando chegar a hora da próxima campanha eleitoral.

Quando chegam as novas eleições os políticos, que se envolveram em escândalos ou tiveram opiniões polemicas, apostam na chance de você já ter esquecido que ajudou a coloca-los no congresso nas últimas eleições, afinal você não tem memória de elefante. Alguns mudam de partidos numa tentativa de enganar o eleitorado.

E tentam voltar ao poder de novo, fato comprovado ao analisarmos que muitos dos atuais mandatários do poder está há anos no congresso, alguns lesando o erário público, como verdadeiras sanguessugas.

Por exemplo: Os deputados federais, Henrique Eduardo Alves, chegou a ter onze mandatos, isto é, permaneceu no poder por quarenta e quatro anos; Inocêncio Oliveira, permaneceu eleito por dez mandatos, isto é, quarenta anos; Miro Teixeira, no décimo primeiro mandato, isto é, quarenta e quatro anos; José Sarney Filho, no seu nono mandato, isto é, trinta e seis anos; Roberto Balestra e Paes Landim, no oitavo mandato, isto é, ficarão trinta e dois anos; Átila Lins, no sétimo mandato, isto é, vinte e oito anos;  Marinha Raupp no sexto mandato, isto é, vinte e quatro anos. Os senadores José Sarney, Pedro Simon e Eduardo Suplicy ficaram no senado desde 1991, com mandatos até 2015; Renan CalheirosJosé Agripino Maia, Romero Jucá e Antônio Carlos Valadares, desde 1995, com mandatos até 2019, então completam vinte e quatro anos no poder.

A mesma estratégia está sendo usada por alguns partidos, envolvidos em escândalos, de proporções abissais, como os investigados pela Lava Jato, mudam de nome numa tentativa também de enganar o eleitor, como aconteceu com o PMDB, que hoje se chama MDB, por exemplo.

Como uma “fruta boa” poderá entrar neste “saco” e não se contaminar?

Só você pode ajudar mudar esta estória, participando ativamente, direta ou indiretamente, dos processos políticos de suas cidades, assinando petições on-line, exigindo transparência do governo, inspirar-se em projetos colaborativos do exterior que podem tornar a política mais eficiente.

Tudo isto pode até parecer democracia de sofá, mas é o primeiro passo para deixar você mais perto da política, e não se esqueça de que estamos na era da internet, em um mundo globalizado, e que as ruas, através das redes sociais estão ao lado de seu sofá, e podem te livrar de agressões, spray de pimenta, e outros tipos de agressões normais durante uma manifestação de rua.

Haja como eles, na calada da noite, isto é, no silêncio da rede.

Em tempo. Hoje, também temos o WhatsApp, que bom não?

AME O BRASIL. VOTO CONSCIENTE, OPÇÃO INTELIGENTE!